Apesar de não parecer, devido à derrota no jogo contra a Bélgica, o Brasil saiu vitorioso nesta edição da
Copa do Mundo. Não a seleção brasileira de futebol em si, que foi eliminada nas
quartas de final, mas o país como contexto geral.
Sendo campeão, o Brasil perderia
muito: a vitória seria da imagem de um jogador arrogante, mimado e que
mostra que quando não se consegue por méritos, o melhor é ludibriar, simular e
exagerar. Não que esta ideia já não seja bem aceita por muita gente. Para
muitos, inclusive, é tida como a melhor opção. Esperteza vale mais do que ética.
Sendo um dos atletas mais
populares do mundo, o mau exemplo se agrava. A falta de caráter ou, no mínimo,
a falta de maturidade emocional e psicológica seria brindada com o prêmio maior
da categoria. A equipe campeã do mundo seria liderada pelo arquétipo do
famigerado jeitinho brasileiro.
Além da índole do craque
brasileiro, a taça limparia um pouco da barra da corrupta instituição que
comando o futebol no país, a CBF. Basta ver o histórico de seus últimos
presidentes. A política brasileira também teve menos espaço para aprovar
projetos obscuros que poderiam passar despercebido em meio a euforia e
passeatas de comemoração pelo título.
Nem sempre as conquistas são
justas (talvez muito poucas vezes sejam), no esporte e principalmente na vida.
Mas é bom saber que, ainda que raramente, vença quem fizer por merecer. Ou pelo
menos que o mau exemplo não pareça o melhor caminho a ser seguido.
por Marcelo Mendonça
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