Vésperas de uma Copa do Mundo e o
“país do futebol” aparenta estar mais desinteressado do que nunca para tal
evento. Reflexo talvez das frequentes crises que o Brasil enfrenta aliadas às
frequentes decepções da seleção canarinho nas últimas copas. Nada parecido com
o clima de festa em outras edições, quando as pessoas pintavam ruas e casas de
verde e amarelo.
O desânimo só não é maior ou mais
generalizado graças ao técnico Tite que salvou o Brasil de uma inédita
não-classificação para a copa. Esse feito reforçou a imagem de personalidade
intocável de Tite, frequentemente incriticável, levando os jogadores a
acreditarem em seus discursos inflamados (ótimo!), assim como a imprensa
(perigoso?). Falta agora convencer os adversários.
A única figura que recebe mais
holofotes do que Tite é a de Neymar. O
jogador do PSG, que busca desesperadamente ser reconhecido no âmbito mundial no
mesmo nível de outros craques, possivelmente vê na conquista do hexa uma boa
chance de vir a alcançar sua ambição de se tornar o melhor do mundo.
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Messi e Cristiano Ronaldo tentam,
cada um por sua equipe, conquistar pela primeira vez um mundial, sendo
provavelmente a última chance de ambos. Outros vários nomes são pitacos
frequentes dos profetas de resultados. Salah, em quem muita expectativa foi
depositada, corre o risco de não disputar, ao menos os primeiros jogos (no caso
de um Egito sem Salah, os primeiros podem ser também os últimos). Iniesa
(também disputando sua última copa), Pogba, Harry Kane, Mbapé, Coutinho, James
Rodrigues e Hazard são algumas das apostas mais em alta.
Hazard, por sinal, comanda a
melhor geração da Bélgica em muito tempo, ou até de todos os tempos, que busca
deixar de ser uma promessa e se tornar uma realidade. A Polônia de Lewandowski
pode também ter uma boa atuação. Porém a surpresa que o mundo todo quer que se
dê bem é a Islândia, embora seja muito improvável. Talvez por Vikings serem tão
legais.
Os admiradores de grandes
espetáculos lamentam também a falta de equipes clássicas como Itália e Holanda,
além de equipes muito qualificadas como Equador, Chile, Estados Unidos. Além
deles, alguns craques não foram convocados, seja por contusão ou opção dos
treinadores como Daniel Alves e Ibrahimovic.
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A recente greve dos caminhoneiros
despertou um choque de realidade no brasileiro, que inesperadamente viu que há
coisas mais importantes do que futebol, ao menos por enquanto. E no momento, mais importante do que a greve, somente conseguir completar o álbum de
figurinhas da Copa.
por Marcelo Mendonça
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